Mudanças entre as edições de "Covid-19 e os povos Indígenas"
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O atendimento aos indígenas que vivem nas cidades está sendo feito nas estruturas de saúde municipais e estaduais - fora do sistema de saúde indígena. Não há um monitoramento oficial desses casos. | O atendimento aos indígenas que vivem nas cidades está sendo feito nas estruturas de saúde municipais e estaduais - fora do sistema de saúde indígena. Não há um monitoramento oficial desses casos. | ||
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Edição das 20h02min de 6 de maio de 2020
COVID-19 e os povos Indígenas
A plataforma ‘Covid-19 e os Povos Indígenas’ considerou as Terras Indígenas (ISA, 2020) e informações georreferenciadas sobre povos indígenas isolados (Funai, 2017) do Brasil e utilizou dados das secretarias estaduais de saúde sobre os casos de covid-19 (Brasil.io; https://brasil.io/dataset/covid19/caso), dados sobre leitos hospitalares e respiradores do Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (atualizado até fevereiro de 2020), dados espaciais da cobertura dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas e polos base (Sesai, 2018 - escala 1:1.000.000), limites administrativos dos estados e municípios (IBGE, 2017), Terras Indígenas e ocorrência de isolados (ISA, 2020). A geocodificação dos dados foi realizada via OpenStreetMap, licenciados sob ODbL (https://www.openstreetmap.org/copyright).
Plataforma de monitoramento da situação indígena na pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil. Informações levantadas com base nos boletins das Secretarias Estaduais de Saúde sobre a pandemia e compiladas pela iniciativa https://brasil.io/dataset/covid19/caso_full/ Para os casos indígenas, a fonte é a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), subordinada ao Ministério da Saúde (MS).
O atendimento aos indígenas que vivem nas cidades está sendo feito nas estruturas de saúde municipais e estaduais - fora do sistema de saúde indígena. Não há um monitoramento oficial desses casos.
TOTAL DE CASOS ÓBITOS CASOS INDÍGENAS EM ÁREA RURAL ÓBITOS INDÍGENAS EM ÁREA RURAL 116409 7969 163 12
Confira também o mapa interativo de casos de COVID-19 no Brasil. Confira também o mapa interativo de casos de COVID-19 no Brasil
Indicador de vulnerabilidade das Terras Indígenas em relação a COVID-19 O índice mede a vulnerabilidade das Terras Indígenas frente à Covid-19, valores mais próximos de 1 indicam maior risco.
Compõem a análise dados de vulnerabilidade social, disponibilidade de leitos hospitalares, números de casos por município, número de óbitos, perfil etário da população indígena, vias de acesso e outros fatores relacionados com a estrutura de atendimento da saúde indígena e mobilidade territorial. A última atualização é de 06/05/2020 19:10:03 (ISA/CSR-UFMG). Confira a nota técnica https://isa.to/2RNMEJ5
Desafios da Saúde Indígena
Povos indígenas e a vulnerabilidade ao novo coronavírus Indígenas e não indígenas estão imunologicamente suscetíveis a vírus que nunca circularam antes, como é o caso do novo coronavírus causador da Covid-19. Estudos em várias partes do mundo e no Brasil atestam, no entanto, que os índios são mais vulneráveis a epidemias em função de condições sociais, econômicas e de saúde piores do que as dos não índios, o que amplifica o potencial de disseminação de doenças. Condições particulares afetam essas populações, como a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, seja pela distância geográfica, como pela indisponibilidade ou insuficiência de equipes de saúde. O subsistema do Sistema Único de Saúde criado para atender a saúde indígena sofre com a falta de estrutura e de recursos para tratamento de complicações mais severas como a Covid-19. Além disso, os modos de vida de muitos povos criam uma exposição às doenças infecciosas a qual as pessoas nas cidades não estão submetidas. Grande parte dos povos indígenas vive em casas coletivas, e é comum entre muitos deles o compartilhamento de utensílios, como cuias, tigelas e outros objetos, o que favorece as situações de contágio.
O Subsistema de Saúde Indígena
Desde a criação da Fundação Nacional do Índio (Funai), em 1967, diferentes instituições e órgãos governamentais se responsabilizaram pelo atendimento das populações indígenas. Em 1999, essa política mudou, resultando na criação do subsistema de saúde indígena do Sistema Único de Saúde, organizado em 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei). Em 2010, graças à pressão do movimento indígena, foi criada a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), vinculada ao Ministério da Saúde.
Os DSEIs são responsabilidade da Sesai, e foram delimitados a partir de critérios epidemiológicos, geográficos e etnográficos. Nos DSEIs são realizados atendimentos de baixa complexidade. As ocorrências de alta complexidade ficam a cargo de hospitais regionais, implicando, para isso, um aparato para remoção dos doentes. Os DSEIs ainda possuem unidades menores, os Polo Base, subdivisões territoriais que funcionam como suporte para as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena se organizarem técnica/administrativamente. Para atendimento dessa população existem 528 unidades básicas de saúde indígenas, segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. Saiba mais sobre a saúde indígena Povos Indígenas no Brasil: Saúde Indígena.
CATACLISMO BIOLÓGICO Cataclismo biológico' foi uma expressão utilizada pelo antropólogo Henry F. Dobyns para descrever o efeito das epidemias trazidas pelos invasores europeus nas populações ameríndias. Colocar todas os episódios de epidemias em uma linha do tempo seria uma tarefa quase impossível. Para a maioria delas, variam as datas, os registros e a quantidade de vítimas. Essa linha do tempo reproduz alguns desses eventos, um alerta para a vulnerabilidade histórica das populações indígenas a agentes biológicos importados para seus territórios.
Referência:
YANOMANI, Davi Kopenawa. COVID-19 e os Povos Indígenas. 06 maio 2020. Disponível em: https://covid19.socioambiental.org/